quarta-feira, 20 de abril de 2011

Será possível?

Há quanto tempo!
Perdi a vontade de sonhar... Perdemos todos...
Andamos à deriva...
Alteram-nos o rumo a meio da jornada, mais ainda, tiram-nos o leme, deixam-nos sem norte. E vamos morrer na praia...
Que povo este...
Trabalhamos demais e não produzimos o suficiente?
Será que nos andam a enganar e não damos por nada?
Ou será que nos andamos a enganar a nós mesmos e uns aos outros?

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
                           Mensagem, Fernando Pessoa

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